domingo, 11 de setembro de 2011

SÍNDROME DO NINHO VAZIO

Aconteceu comigo, com minhas amigas e sempre acontecerá a todas as mães.
Quando nossos filhos nascem a sensação é de que tudo virou de ponta cabeça, adeus noites de sono tranquilo, adeus sentar a mesa e fazer uma refeição sem interrupções,
troca de fraldas, mamadeiras, dor de ouvido, garganta, apesar de amar demais aquele ser tão indefeso temos a impressão de que não daremos conta.
As tarefas domésticas triplicam, e ainda assim precisamos estar lindas, cheirosas e bem humoradas ao final do dia para receber o marido, a vida conjugal vira um caos se não tivermos jogo de cintura. Após o período de resguardo voltamos a ter vida sexual ativa, ativa? É isso mesmo..., não é que o bebê resolve acordar e chorar no exato momento?
Deixamos o prazer de lado e vamos lá, no mínimo uma hora, mamar, limpar bumbum, colocar pra arrotar e aguardar que durma novamente, ao voltar-mos para a cama o
maridão ou já dormiu ou está com um bico de todo tamanho.
As crianças vão crescendo e os problemas mudam, escolinha, dever de casa, reunião escolar, etc.
A maternidade vem com muitas novidades e aprendizado, existem as compensações, a alegria de ver um filho crescendo, festinhas de aniversário, almoço de domingo com
toda família reunida, crianças que não querem comer, falando de boca cheia e a gente ali tentando ensinar bons modos, broncas, gargalhadas, uma farra.
Pronto! Adolescência, agora que a coisa pega, talvez a tarefa mais árdua da maternidade, percebemos que as preocupações de outrora são fichinhas perto do que nos aguardam, passamos a nos preocupar com as amizades, bebidas alcoólicas, drogas, tudo que o mundo pode oferecer, e junto a tudo isso nos presenteiam com a
rebeldia, nosso bebê foi embora, aquele que ali está já se acha auto suficiente, não quer dar satisfações, se irrita por qualquer coisa, nosso mundo não é mais o deles, aconselhamos, tentamos conversar e oramos, pedimos a Deus que os proteja de todo mal.
Como tudo na vida essa fase graças a Deus também passa, para nosso alívio, se tornam adultos, concluem seus estudos, vão a luta atraz de emprego, mas independente de serem ou não bem sucedidos continuam a nos preocupar.
Ainda são dependentes apesar de acharem que não, casa, comida, roupa lavada, por mais que estejamos cansada nunca admitimos, nos desdobramos para dar conta de atender
as necessidades de cada um.
Só percebemos que cresceram realmente quando resolvem sair de casa, seja casados ou mesmo morar sozinhos,  procurei me preparar para esse momento, sempre
coloquei que minhas filhas nunca foram propriedades minhas, quando chegou o momento reagi muito bem e ajudei como pude.
Mas só acreditamos após o fato consumado, ao entrar-mos no quarto e não ver toalha molhada em cima da cama, roupas espalhadas, som ligado, copo em cima da cômoda,
uma sensação de vazio, não sentir o cheiro, não ouvir mais o bom dia ou boa noite.
Há mulheres que tem mais dificuldades de lidarem com a situação, aconselho procurar ajuda pois essa é a famosa SÍNDROME DO NINHO VAZIO, angústia, sensação de solidão,
inutilidade e  alguns casos a depressão.
Outras já lidam com mais naturalidade, depende do temperamento de cada uma, eu procurei preencher meu tempo, revi meus conceitos, faça o mesmo, redescubram a mulher que há dentro de vocês, é o melhor momento para voltar a dar mais atenção ao marido (namorar), sair a dois sem interferência dos filhos, renovem seus guarda-roupas, se for o caso mude seu estilo, viva, mas viva com intensidade.
Depois que nos acostumamos, descobrimos como é bom ter MOMENTOS só nossos, como é bom ouvir o silêncio, sim ouvir o silêncio significa estar só consigo mesma e se conhecer,
sentir bem.
Hoje não sou mais tratada como a esposa de ou a mãe de, hoje sou a Graça, o Edir é meu marido, sim tenho filhas, adoro minha família, amo meu marido e minhas filhas, são
presentes de Deus em minha vida, mas aprendi que devo me amar também, respeito a todos mas exijo respeito.
Troquei o estou feliz por SOU FELIZ.
Minha família é FELIZ, nos amamos e respeitamos.
SÍNDROME DO NINHO VAZIO? que nada estou com a SÍNDROME DE VIDA PLENA.
GRAÇA MEREU

"E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar." (Clarice Lispector)

2 comentários:

  1. Muito bom, você descreve muito bem sobre a síndrome do ninho vazio.
    O ideal seria que muitas mulheres tivessem acesso a esse tipo de informação e também os homens para que possam entender o que se passa com as esposas.
    Pai também sente, mas tem uma convivência bem menor com os filhos, com algumas excessões não são tão presentes como as mães.
    Você foi muito feliz ao abordar esse tema, parabéns.

    ResponderExcluir
  2. Acontece que alguns filhos não deixam de nos dar trabalho mesmo depois de casados, são incapazes de resolverem seus problemas, financeiros, conjugais, parece que não crescem nunca.
    Mas o que você escreveu está certissimo, precisamos nos libertar para termos o tempo que nos resta com qualidade.

    ResponderExcluir

Fique a vontade para fazer comentários, sua opinião é muito importante.
Serão exluidos comentários ofensivos e ou palavrões.