quarta-feira, 27 de junho de 2012

ADOTAR UM SRD (VIRA-LATAS) É TUDO DE BOM

Aconteceu no último sábado, dia 23/06/2012 a primeira campanha de adoção no bairro São Caetano em Contagem.
Organizado pela CLINICA VETERINÁRIA REPÚBLICA DOS ANIMAIS a campanha chamou atenção pela organização, amor, carinho, respeito e responsabilidade que a APACMG, ong de Contagem formada por um grupo de pessoas que lutam com dificuldades para manterem tantos recolhidos das ruas (cães e gatos).
Por não terem um local definido essas pessoas hospedam esses animais em suas próprias casas, levando-os a veterinários, são vacinados, vermifugados e castrados.
A maior batalha agora é angariar fundos para conseguirem comprar um sítio para servir de abrigo a todos enquanto aguardam pela adoção.
De jaleco azul PRISCILA FONTE BOA, veterinária proprietária da CLINICA ORGANIZADORA DO EVENTO
Talvez você esteja se perguntando, porque fazer isso por animais com tantas crianças e idosos abandonados e passando dificuldades?
A minha resposta seria: Você já sorriu para um andarilho? Você contribiui financeiramente para alguma entidade de caridade? Já visitou orfanatos e ou asilos?
Pessoas que ajudam animais também ajudam outras pessoas, são sensíveis e caridosas e cada um nasce com um dom.
Quando se retira um animal doente das ruas o bem é para todos, pois trata-se de saúde pública também.
Uma certeza eu tenho, se estás lendo isso é porque gostas dos peludinhos.
Anjos protetores no dia do evento
Uma pequena amostra dos que esperam por um lar
Para quem quizer conhecer melhor o trabalho dessa ong, procure no face book por Apac-MG e ou Lena Santos. Se quizer ajudar todos ficarão imensamente agradecidos, ração, (cães e gatos), jornais, panos, remédios, divulgando em sua página, comprando rifas, sacolas, etc.

Esse é um SRD, cuidado pelas protetoras e precisa de um lar.
Vamos acabar com o preconceito, vira latas é uma mistura de todas as raças, adoece menos e são super carinhosos e gratos, dê-lhes uma oportunidade.

Todos só querem dar e receber amor


Dedico essa postagem a todos que se compadecem com o sofrimento alheio, seja um animal ou ser humano, o importante mesmo é a solidariedade, o amor e a paz entre os homens e mais respeito a natureza.
GRAÇA MEREU

sexta-feira, 22 de junho de 2012

UM CÃO CHAMADO VELUDO

Ele só pede amor
São tantos casos de abandono e maus tratos aos animais que fico em dúvida quem é o irracional.
É revoltante ver como muitas pessoas sentem prazer em torturar esses seres indefesos que só pedem e oferecem muito amor.
Refletindo sobre tudo isso, lembrei-me de um poema que fez parte da minha infância.
UM CÃO CHAMADO VELUDO, graças a Deus achei na internet e postarei aqui.
Espero que todo que o lerem sintam-se tocados.
Nunca abandone seu animal, seja por qual motivo for.
GRAÇA MEREU




UM CÃO CHAMADO VELUDO


Eu tive um cão. Chamava-se Veludo. Magro, asqueroso, revoltante, imundo, para dizer tudo em uma palavra, foi o mais feio cão que houve no mundo. Recebi-o das mãos de um camarada. Na hora da partida, o cão gemendo, não me queria acompanhar por nada. Enfim - mau grado meu - o vim trazendo. O meu amigo cabisbaixo mudo, olhava-o...O sol nas ondas se abismava ...
"Adeus! " - me disse, e ao afagar Veludo nos olhos seus o pranto borbulhava.
"Trata-o bem. Verás como rasteiro te indicará os mais sutis perigos. Adeus! E que este amigo verdadeiro te console no mundo ermo de amigos! "

Veludo, a custo, habituou-se à vida que o destino de novo lhe escolhera; sua rugosa pálpebra sentida chorava o antigo dono que perdera. Nas longas noites de luar brilhante, febril, convulso, trêmulo, agitando a sua cauda, caminhava errante, à luz da lua - tristemente uivando. Toussenel, Figuier e a lista imensa dos modernos zoológicos doutores, dizem que o cão é um animal que pensa.Talvez tenham razão estes senhores. Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio, cinco meses depois, do meu amigo, um envelope fartamente cheio. Era uma carta. Carta! Era um artigo, contendo a narração miúda e exatada travessia. Dava-me importantes notícias do Brasil e de La Plata, falava em rios, árvores gigantes, gabava o steamer que o levou; dizia que ia tentar inúmeras empresas. Contava-me também que a bordo havia mulheres joviais - todas francesas. Assombrara-se muito da ligeira moralidade que encontrou a bordo. Citava o caso d'uma passageira... Mil coisas mais de que não me recordo. Finalmente, por baixo disso tudo, em nota breve do melhor cursivo recomendava o pobre do Veludo, pedindo a Deus que o conservasse vivo. Enquanto eu lia, o cão, tranquilo e atento, me contemplava, e - creia que é verdade, vi, comovido, que nesse momento, seus olhos gotejavam de saudade. Depois, lambeu-me as mãos, humildemente, estendeu-se a meus pés silencioso movendo a cauda, - e adormeceu contente, farto d'um puro e satisfeito gozo.

Passou-se o tempo. Finalmente, um dia, Vi-me livre daquele companheiro. Para nada Veludo me servia...Dei-o à mulher d'um velho carvoeiro. E respirei! " Graças a Deus! Já posso ",dizia eu, " viver neste bom mundo, sem ter que dar, diariamente, um osso a um bicho vil, a um feio cão imundo". Gosto dos animais, porém prefiro a essa raça baixa e aduladora, um alazão inglês, de sela ou tiro, ou uma gata branca cismadora. Mal respirei, porém! Quando dormia e a negra noite amortalhava tudo senti que à minha porta alguém batia. Fui ver quem era. Abri. Era Veludo. Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo, farejou toda a casa satisfeito e, de cansado, foi rolar dormindo como uma pedra, junto do meu leito. Praguejei furioso. Era execrável suportar esse hóspede importuno que me seguia como o miserável ladrão, ou como um pérfido gatuno. E resolvi-me enfim. Certo, é custoso dizê-lo em voz alta e confessá-lo. Para livrar-me desse cão leproso havia um meio só: matá-lo.

Zunia a asa fúnebre dos ventos; ao longe o mar, na solidão gemendo, arrebentava em uivos e lamentos...De instante em instante ia o tufão crescendo. Chamei Veludo; ele seguia-me. Entanto, a fremente borrasca me arrancava dos frios ombros o revolto manto, e a chuva meus cabelos fustigava... Despertei um barqueiro. Contra o vento, contra as ondas coléricas vogamos. Dava-me força o torvo pensamento. Peguei num remo e com furor remamos. Veludo, à proa, olhava-me choroso como o cordeiro no final momento. Embora! Era fatal! Era forçoso livrar-me, enfim, desse animal nojento.

No largo mar ergui-o nos meus braços e arremessei-o às ondas, de repente...Ele gemeu os membros lassos, lutando contra a morte. Era pungente.Voltei à terra, cheguei em casa. O vento zunia sempre na amplidão profunda. E pareceu-me ouvir o atroz lamento de Veludo nas ondas moribundo. Mas ao despir, dos ombros meus, o manto, notei - oh grande dor! - haver perdido uma relíquia que eu prezava tanto! Era um cordão de prata: - eu tinha-o unido contra o meu coração, constantemente, e o conservava no maior recato, pois minha mãe me dera essa corrente, e, suspenso à corrente, o seu retrato. Certo Caira além, no mar profundo, no eterno abismo que devora tudo. E foi o cão, foi esse cão imundo a causa do meu mal! Ah, se Veludo duas vidas tivera, duas vidas eu arrancara àquela besta morta e àquelas vis entranhas corrompidas. Nisto senti uivar à minha porta. Corri, abri...Era Veludo! Arfava. Estendeu-se a meus pés e docemente, deixou cair da boca que espumava a medalha suspensa da corrente. Fora crível, oh Deus?? Ajoelhado junto ao cão, estupefato, absorto, tomei-lhe o corpo como a pedir-lhe perdão...estava enregelado. Sacudi-o, chamei-o aos prantos! Veludo estava morto!

Autor: Luiz Guimarães
IMAGEM DE UM CÃO ABANDONADO POR SEU TUTOR


 Notem que escrevi TUTOR e não DONO, a partir do momento que adotas um animal tens a obrigação de zelar pelo seu bem estar.
"Em algum lugar, sempre haverá um cãozinho abandonado me impedindo de ser feliz." Jean Anouil

sábado, 9 de junho de 2012

E POR FALAR EM SAUDADES

s.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir.
Nostalgia.
Não existe tradução, mas é um sentimento universal.
Quanto mais velhos ficarmos mais saudades teremos.
Saudades da infância, adolescência, juventude, amigos, viagens, lugares que moramos.
No começo ela dói, machuca a alma, depois vai dispersando dando lugar a devaneios, lembranças gostosas que remetem ao passado,
fazendo muitas vezes rir do que um dia fez chorar.
Só se sente saudades do que foi bom, de momentos felizes, se alguém disser que não tem saudades de nada tenha certeza que essa pessoa não teve um passado feliz.
Se hoje choras de saudades é porque valeu a pena, mas existe o amanhã que te aguarda de braços abertos e pronto para te fazer sorrir novamente.
Assim como as ondas apagam o que escreves na areia, o tempo apagará a tristeza de um coração saudoso.
GRAÇA MEREU

Pode-se ter saudades dos tempos bons mas não se deve fugir ao presente.
Michel de Montaigne