segunda-feira, 6 de maio de 2013

MULHER DE BURCA (PAOLA GIANNINI) Para refletir


 
Inspirada no filme "Osama" ano de 2003, Paola nos leva a refletir a luta da mulher que ainda hoje luta pela igualdade, liberdade.
Fui presenteada pela autora em minha rede social com esse poema.
 
Sinópse do filme. Osama
 
 
Uma garota de 12 anos de idade e sua mãe perdem seus empregos quando o Talibã fecha o hospital onde elas trabalham. Essa medida faz parte de uma lei que proíbe as mulheres de saírem de casa sem uma companhia legalmente aceita, ou seja, de homens da família. Com seu marido e irmão mortos, não há ninguém para sustentar a casa. Sem saída, a mãe disfarça a filha de menino. Agora, chamada de Osama, a garota passa a trabalhar para poder comprar comida e embarca numa jornada perigosa e assustadora, sempre tentando se esconder para que o Talibã não descubra sua verdadeira identidade. Inspirada numa história real,Osama é a primeira produção depois da queda do regime Talibã.
 
Fonte: Filmes de cinema.
 
Li e reli esse poema, encantei-me, fiquei a questionar-me, quantas mulheres não afegãs usam burcas?
Não a roupa em si, mas uma burca invisível a nossos olhos, estão na alma.
Mulheres que também olham o mundo e através da tristeza belezas imaginar.
Mães da época da ditadura até hoje choram por não saberem que destino deram aos corpos de seus filhos, as que ainda vivem, usam uma burca para disfarçar essa dor que levarão para o túmulo.
Mulheres abandonadas, espancadas, estupradas e toda forma de violência, muitas usam burcas para esconder da sociedade a vergonha, a dor que carregam dentro de si.
As afegãs são obrigadas a esconder o corpo, muitas vezes belo e também a alma, espero que um dia consigam se livrar desse peso.
As não afegãs que podem exibir seus corpos, sejam belos ou não, desejo que um dia possam despir suas burcas libertando suas almas, seus sentimentos e dores.
Aos governantes que façam leis mais severas e dêem maior suporte a essas mulheres que também são eleitoras e tem o direito de terem a integridade física e psicológica preservadas, que se faça cumprir a lei. Empresas se concientizem que profissional competente não tem sexo.
Paola Giannini, obrigada por me permitir postar seu poema e expor minha interpretação.
Dedico a todas mulheres.
 
GRAÇA MEREU
 
 
 
 
 
 
 
 
 


quarta-feira, 1 de maio de 2013

BODERLINE, O DIFÍCIL DIAGNÓSTICO

Transtorno de BODERLINE


Relato - "O medo do abandono é porque sozinhas não nos aguentamos. Ser frustrada por um namorado é a morte para um border.”
Depoimento de uma pessoa vítima desse transtorno
Fonte: UOL - Por Tatiana Ades

É uma doença de difícil diagnóstico, são informações desencontradas dificultando-nos nas pesquisas.
Pacientes as vezes são tratados como bipolar quando na verdade sofrem da personalidade boderline do humor.
O boderline tem uma dificuldade muito grande de conviver com as perdas, tem um sentimento de rejeição aguçado, pavor do abandono, se faz de vítima, quando ama quer a pessoa sempre ao seu lado, são carentes por mais que recebam atenção e carinho.
Humor oscilante com alterações  repentinas, tendência a auto mutilação.
O boderline não é manipulador como muitos pensam, e também não é manha, fazem de tudo para chamar a atenção para si, mas sem a intenção de prejudicar ou enganar ninguém.
Por ser pouco conhecido ainda é difícil relatar sintomas e tratamentos, minha intenção aqui é só divulgar e se alguém se identificar não vá achando que é um boder, o primeiro passo é procurar ajuda psicológica e seguir as recomendações.


GRAÇA MEREU
TRECHO DE DEPOIMENTO DE UMA BODERLINE


"Quando eu ouvi a porta se fechar, senti que iria morrer. Senti uma mistura de ódio e amor, mas o que mais doía era a raiva que sentia de mim mesma, uma sensação de culpa inexplicável, como se eu fosse a causadora de todos os abandonos que sofri. Morri por dentro, a dor foi insuportável, corri e peguei a gilete me cortei nas pernas, braços e barriga. A dor externa aliviou um pouco, mas não era o bastante, eu precisava ser mais castigada por ser essa pessoa tão desprezível e medonha. Então corri para caixa de remédios e tomei todos de uma vez, uma mistura de ansiolíticos, antidepressivos e álcool. Acordei no hospital, por sorte ou por azar, minha mãe foi avisada por Gustavo que eu poderia fazer besteira”.

E ela prossegue:

“Deixa eu tentar explicar melhor. Nós tentamos nos matar o tempo todo, mas é diferente de um outro suicida, por ex. nós tentamos porque precisamos que alguém sinta algo por nós, caso contrário, não aguentamos, mesmo que seja pena, ódio... alguém precisa nos notar; é diferente de quando me corto, aí sim estou querendo extravasar uma dor horrível, um vazio, alivia, alivia muito!

Tudo isso porque a pessoa se torna o centro de nossa vida, a gente tenta preencher essa carência maluca no outro, sem o outro não vivemos, minha terapeuta me explicou que é porque o border não se reconhece como pessoa. Há uma quebra em nossa personalidade que nos torna seres sem destino, sem razões, sem opções. O medo do abandono é porque sozinhas não nos aguentamos. Ser frustrada por um namorado é a morte para um border.
Fonte: UOL.