quarta-feira, 11 de maio de 2011

DEPRESSÃO: IGNORÂNCIA OU PRECONCEITO?

É como estar em um deserto, mesmo rodeada de pessoas queridas.


PRECONCEITO: Opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos=INTOLERÂNCIA 'Dicionário Priberam da língua portuguesa'

Apesar de estarmos em pleno século XXI, tecnologia a nosso dispor,  temos acesso a todo e qualquer tipo de informações, presenciamos quase que diariamente com alguma forma de preconceito, seja com nordestino, negro, homossexual, deficientes físicos, mentais, etc.
Mas hoje gostaria de citar aqui o quanto as pessoas ainda são ignorantes em relação aos transtornos mentais,( já sei, estão pensando que vou falar de loucos), não, mesmo porque esse termo já nem se usa mais. Por exemplo: DEPRESSÃO, como é interpretada de maneira errônea!, falta do que fazer, falta de fé, fulano é mimado demais, frescura, vai sair, passear ou fazer algum trabalho voluntário que cura. Meu Deus! então me pergunto: ignorância ou preconceito? depressão é coisa séria, é orgânica, necessita de remédios antidepressivos, terapia, ninguém é deprimido porque quer, é como o diabético que precisa da insulina, dependendo do grau são anos e anos quando não pelo resto da vida, se não for diagnosticada e tratada a pessoa terá consequências muito sérias. Só não podemos confundir com aquele tipo de tristeza ou melancolia que atinge as pessoas por determinados acontecimentos, perda de um ente querido, desemprego, estou me referindo a depressão crônica. Vulgarizaram esse transtorno como se uma gripe fosse, raro o dia em que não ouço alguém dizer: estou deprimido hoje.
Temos também o TRANSTORNO BIPOLAR, antes conhecido como maníaco depressivo, geralmente muito confundido com pessoas de gênio forte, como exemplo, aquele colega de trabalho que um dia está brincando e no outro chega de cara amarrada e os colegas dizem que é bipolar, e o mais triste, sem nenhum respeito aos que realmente tem o problema, muitas vezes até em novelas é comum esse tipo de comentário.
É incrível a resistência quando se fala em psiquiatra, médico de louco...
IGNORÂNCIA? Talvez
PRECONCEITO? Quase sempre.
Nos dois exemplos citados se não houver acompanhamento médico podem levar  ao suicídio, isolamento total ou outros transtornos mais difíceis de controle.
Mas se forem tomados os cuidados necessários, são pessoas normais que vivem a vida trabalhando, estudando,  em sociedade,  um ser humano comum como qualquer outro, não precisam ser tratados diferente, nada de passar a mão na cabeça, podem e devem ser cobradas em suas obrigações.
Ninguém se torna depressivo ou bipolar, já nasce com predisposição e em algum tempo em sua vida pode ou não manifestar, (vítimas de maus tratos, agressões físicas ou verbais, violência sexual, etc, podem ser o gatilho), não será carinho, amor (confundido com mimos) dos pais que provocará algo assim.
Escrevi esse texto como leiga, porém já vivi experiências com amigos e familiares.

Graça Mereu

                                                         Pesquisa

Depressão - Curso e Evolução

Incluído em 21/02/2005

A Depressão é essencialmente um transtorno episódico e recorrente, isto é, que se repete. Cada Episódio Depressivo dura, geralmente, alguns meses seguido de um período normal entre os episódios. Em cerca de 20% dos casos, porém a Depressão segue um curso cronico e sem remissão, ou seja, é contínua, especialmente quando não há tratamento adequado disponível.
Recaídas da Depressão
A taxa de recorrência (recaídas) para aqueles que se recuperam do primeiro episódio fica ao redor de 35%, dentro de 2 anos, e cerca de 60% dentro de 12 anos. A taxa de recaídas é mais alta nas pessoas com mais de 45 anos de idade.
Um dos resultados particularmente trágicos desse distúrbio é o suicídio. Cerca de 15 a 20% dos pacientes depressivos graves (Depressão Maior) põem termo à vida cometendo suicídio. O suicídio continua sendo um dos resultados frequentes e evitáveis da depressão.
O Transtorno Afetivo Bipolar é caracterizado por Episódios Depressivos acompanhados de Episódios de Euforia, quando então o humor fica expansivo, aumenta muito a atividade, auto confiança é excessiva e há deterioração da concentração. Em suma, a Depressão é um transtorno mental comum, capaz de gerar um ônus de doença muito elevado e deverá mostrar uma tendência ascendente nos próximos 20 anos.
O Curso e a Evolução das doenças vêem à tona sempre que os pacientes e familiares perguntam; "... e aí doutor: o que acontecerá com minha doença, tem cura? posso voltar a apresentá-la?".
Na questão da Depressão é importantíssimo saber qual o tipo de transtorno e de pessoa em questão. Para se estabelecer um prognóstico do quadro, além de ser necessário fazer um diagnóstico preciso, é importante saber se o Episódio Depressivo em questão é único, se é recorrência, se é a terceira crise, saber se é cronico e vem se arrastando há tempos, enfim, devemos saber como é a doença e quem é o doente em questão.
Na questão paciente, é importante saber desde o início, se a pessoa ESTÁ ou É doente. Cada qual evoluirá diferentemente, portanto, algumas circunstâncias devem ser valorizadas.

Há antecedentes familiares de transtornos emocionais? Existem vários quadros psicopatológicos com inegáveis componentes hereditários e familiares. Na Depressão, assim como nas demais patologias, a transmissão genética diz respeito à probabilidade e não à certeza. Havendo antecedentes familiares de Transtornos Depressivos, embora não se tenha certeza de que esses quadros se manifestarão, a pessoa terá uma probabilidade maior de desenvolver um Transtorno do Humor.
Quanto maior o número de antecedentes familiares com Transtornos do Humor, maior será a probabilidade do quadro atual ter forte componente constitucional, logo, maior probabilidade de ser cronico e recorrente. Suicídios em membros da família também devem ser investigados, tendo em vista a maior probabilidade dessa atitude repetir-se em descendentes.
Que vivências podem ser associadas ao desenvolvimento da Depressão?Para avaliar o prognóstico do quadro afetivo atual devem ser consideradas as vivências traumáticas relacionadas a ele, avaliar as circunstâncias em que ocorreram e a proporcionalidade entre essas vivências e o grau da Depressão. No adulto deprimido, por exemplo, uma estória de negligência materna ou abandono infantil, assim como a  institucionalização precoce em orfanato, ou outras vivências traumáticas em tenra idade, tornam o quadro mais atrelado à personalidade do que se as experiências traumáticas fossem mais recentes.
A Depressão que aparece como reação a alguma vivência traumática terá, muito possivelmente, um prognóstico melhor do que Depressões que surgem sem motivo aparente. Quanto mais significativo for o fator vivencial que desencadeou o quadro, menos provável a doença ser atrelada à constituição. Grosseiramente exemplificando, a pessoa que apresenta Depressão, Transtorno de Ajustamento, Episódio Depressivo Agudo, etc, mediata ou imediatamente depois de perder sua mãe, terá muito melhor prognóstico do que aquele que apresenta qualquer um desses quadros sem ter acontecido uma vivência traumática causadora.
Quanto a classificação da doença a CID.10 (Classificação Internacional de Doenças) considera os Transtornos Depressivos da seguinte maneira:
Transtorno Afetivo Bipolar Episódios Depressivos
Transtorno Depressivo Recorrente
Distimia e Ciclotimia
Um Episódio Depressivo geralmente se desenvolve ao longo de dias ou semanas. Um período prodrômico (sinais que antecedem o quadro) pode existir meses antes do início de um Episódio Depressivo e inclui sintomas de ansiedade e depressivos leves.
 A duração de um Episódio Depressivo é muito variável. Um episódio não tratado dura em torno de 6 meses ou mais, podendo desaparecer por completo ou continuar com um rebaixamento afetivo por mais tempo. Na maioria dos casos tratados existe a remissão completa dos sintomas, com a pessoa voltando à um funcionamento normal e sem sequelas.
Cadernos especiais da

2 comentários:

  1. Como eu sei como é isso... Muito bom Graça!!!!
    Beijos ensolarados

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  2. OI GRAÇA,
    OBRIGADA PELA VISITA.
    SEM DÚVIDA, DEPRESSÃO É COISA SÉRIA; ALIÁS MUITO BEM CONCEITUADA NA FRASE ABAIXO DA IMAGEM.
    JÁ TIVE CASOS EM FAMÍLIA E PUDE OBSERVAR COMO DESESTRUTURA OS FAMILIARES.
    VOLTE SEMPRE QUE ESTAREI TE SEGUINDO.
    ABRAÇO.

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