terça-feira, 11 de junho de 2013

SÓ AS MÃES ENTENDEM O TAMANHO DESSA DOR


FILHOS SÃO INSUBSTITUÍVEIS

Da janela de sua casa a mulher observava os pássaros voando, cantando e ficava a imaginar até quando sua filha terá esse privilégio.
Apesar de observar o movimento das aves seu pensamento divagava, ora no passado quando os filhos eram crianças, sorria discretamente, ora no presente em que uma filha sofre.
Aparentemente tudo parece bem, é uma moça linda, inteligente mas com saúde frágil.
Como pode os pais sobreviverem aos filhos? Se perguntava, mesmo sendo uma mulher de fé, era difícil entender alguns desígnios de Deus.
Guardava esse segredo a sete chaves, jamais contou para seu esposo e filhos a gravidade da situação, todos sabiam da doença mas não tinham ideia do possível desfecho. Preferiu guardar esse sofrimento e poupar a  família, até para se proteger pois bem sabia que teria de triplicar suas forças para amparar a todos e o fardo seria maior. Para os amigos não se abriu para evitar olhares piedosos, perguntas indiscretas
Em alguns momentos no alto do desespero chegou a pedir a Deus que levasse a filha antes dela, tudo por medo de morrer e não saber como seria cuidada.
Depois de muitas lágrimas pedia perdão ao Pai por tal pensamento e voltava a ter coragem, fé e esperança de ver sua menina curada.
Sofrimento de filho dói mil vezes mais na mãe e perder esse filho é uma dor incomparável, única.
Seu único desabafo além de Deus era um pequeno pedaço de papel em que desabafa toda a dor, tristeza, nele está escrito:
Filha! Te amo muito, mais do que possas imaginar, teu sofrimento me consome, o medo de perder me tira o chão, mas tenho fé que um dia serás curada e só assim partirei em paz.
Esse pedacinho de papel está muito bem guardado, escondido para que ninguém o leia.
SÓ AS MÃES ENTENDEM O TAMANHO DESSA DOR
GRAÇA MEREU

"- De que filho a senhora gosta mais? - Do pequeno, até que cresça; do ausente, até que volte; do doente, até que sare."





5 comentários:

  1. Nenhuma mãe suporta ver um filho doente, sofrente e muito menos a sua morte.
    Nenhum filho é o preferido, todo filho é insubstuivel!
    Seu texto é uma ótima reflexão, ainda mais nesse mundo de violência onde fica parecendo normal enterrarmos nossos jovens.
    Muito bom!
    Carlos A. S. Brito

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  2. Passei por isso, minha filha faleceu a um ano, mas para mim parece que foi ontem. A dor realmente não passa, daria tudo para ter ido em seu lugar, mas Deus assim não permitiu, era dela que Ele precisava.
    Cai em uma depressão profunda, estou em tratamento mas descobri que remédio algum cura essa dor.
    As vezes passo o dia no computador buscando uma resposta, interagindo com outras mães que passaram pelo mesmo que eu, é como se tivesse uma necessidade incrível de saber que não sou a única.
    Gosto muito de ler textos assim, pois me identifico demais, parabéns! Você conseguiu descrever o sentimento e a dor de uma mãe.
    Obrigada
    Maria da Conceição de Oliveira

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  3. Não há dor maior.

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  4. Vejo o sofrimento de meus pais com a morte de meu irmão, eu também sofro demais, sinto muitas saudades, mas de todos aqui em casa quem mais sofreu foi minha mãe, ela fala nele todos os dias, chora e até hoje não voltou a alimentar direito, 4 meses se passaram, a um mês ela conseguiu doar as roupas dele, mas o quarto ainda não teve coragem de desmontar. Deixamos que ela decida, entendemos que cada um tem o seu tempo e o dela vai chegar.
    Esquecer jamais, mas pelo menos aceitar.
    Não está sendo fácil.
    Ana Paula

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  5. Que profundo
    E não sei a dor de perder um filho .
    Mas me emocionei muito
    E pelos comentários vi que é sofrimento total
    sem palavras

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