É JUNHO E DAÍ?

MEAC São Paulo Apóstolo

 

 

 

Onde foram parar as festas juninas? Santo Antonio, São João e São Pedro? Nas grandes cidades não vejo nenhum entusiasmo, a não ser algumas igrejas católicas e escolas que promovem barraquinhas e quadrilhas mais pela necessidade de angariar dinheiro para a comunidade.
As prefeituras lançaram concursos de quadrilhas com apresentações públicas mas que infelizmente a meu ver fogem muito da tradição pelo menos no quesito roupas, os vestidos nada tem a ver com a simplicidade da chita, tecidos caros, excesso de roda com armações de arame, parecem mais apropriados para porta bandeira de escola de samba.
Como aconteceu com o Carnaval receio que façam dessa tradição um comércio.
Saudosismo?Quem sabe? Lembro da minha infância, onde todos participavam, a vizinhança se unia, cada família era responsável por algum quitute. Pipoca, pé de moleque, cocada, milho cozido, bata doce, mandioca, amendoim torrado, canjica e quentão. Fogueira acesa para espantar o frio, assar  batata doce e espiga de milho.
Nada de alugar barracas padronizadas, cada um colocava em frente ao portão mesas grandes forradas com toalhas estampadas, para os joguinhos,(argola, pesca) improvisava-se cerquinhas feitas pelos homens, a criançada adorava buscar folhas de coqueiros para decoração, fora as bandeirolas e balões de papel, tudo feito em casa, a rua ficava toda colorida.
Sanfoneiro, marcador e a quadrilha corria solta, primeiro as crianças, segundo os jovens e por último os casados, nada era vendido, os prêmios eram saquinhos de balas, pirulitos, paçocas, tudo caseiro.
As pessoas interagiam mais, se tornavam mais amigas, ninguém tinha medo, ladrão? só de galinhas mesmo.
Gosto do progresso, procuro estar atualizada, tiro proveito do que a tecnologia me oferece, gosto e muito dos jovens, mas isso não significa não ter saudades de MOMENTOS tão marcantes em minha vida.
Um grande abraço,
GRAÇA MEREU